As “marmitas de gigante”, além do seu valor geológico e geomorfológico, representam um importante elemento da cultura pilonense, uma vez que se configuram em identidade cultural do município. Relatos históricos afirmam que no fim do século XVIII e início do século XIX, a região era palco das travessias de tropeiros e carros de bois que transportavam as riquezas do Vale do Mamanguape ao Sertão paraibano.
Acredita-se que foi graças ao trajeto desses tropeiros e mercadores que transportavam produtos nos lombos de animais, que aconteceram neste lugar as primeiras transações comerciais, isto porque os usuários daquele arcaico sistema de transporte, em épocas chuvosas quando o acesso se tornava muito difícil pelas estradas carroçais, não tinham como levar seus produtos (em sua grande maioria perecível) e, para evitar prejuízo maior, “desfaziam-se” das mercadorias vendendo-as a baixos preços aos caminhantes.
Essa aglomeração periódica de pessoas, com o tempo, deu inicio ao povoado batizado de “Pilões” em razão das pedras esculpidas pelo rio Araçagi-Mirim em forma de “pilão” e, por serem abundante na região, deu se a origem ao topônimo “Pilões” (no plural).
Deste modo, uma feição geológico-geomorfológica ganha um maior valor, enraizando-se na identidade cultural de um povo, nomeando seu território e configurando-se em parte do seu patrimônio natural em sua porção abiótica: o patrimônio geológico, que representa um conjunto de geossítios que se destacam entre a geodiversidade local.
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